quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ação de Interiorização segue conquistando espaços no interior de Minas - Semana #2

A cada painel apresentado, novas ideias e sugestões são levantadas pelos participantes. No geral, a falta de visibilidade é o grande gargalo do trabalho desenvolvido pelos artistas do interior. Na maioria das cidades, a cultura de massa se sobrepõe sobre as expressões artísticas locais e acaba sufocando novas iniciativas, que demandam muito trabalho para se estabelecerem. Daí a importância ressaltada nos painéis, da classe musical se organizar em associações, para poderem demandar, em bloco, mais investimento do poder público municipal.

Essa semana a Ação de Interiorização está circulando pelo Sul de Minas, visitando Varginha, Machado, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Três Pontas. Confiram abaixo os relatos das cidades visitadas na semana passada.

Vespasiano

Em Vespasiano, Juliano Jubão (SIM), Túlio Mourão (AAMUCE) e Roberta Henriques (pesquisadora) encontraram Fred Berli do Coletivo Vatos, ponto de articulação do Circuito Fora do Eixo na cidade, que organizou o painel no cine-teatro da FASEH – Faculdade de Saúde e Ecologia Humana. Entre poucas pessoas, o painel se transformou em um bate-papo com os presentes. Jubão apresentou as ações do Programa Música Minas e Túlio Mourão, o histórico do Fórum da Música de Minas. Ambos na tentativa de estimular os presentes a criarem suas formas de organização da cena musical.
Algo que ficou bem marcado no papo com os presentes em Vespasiano é a presença forte de Belo Horizonte na vida cultural da cidade e uma certa dose de desgosto por conta disso. O que foi bem rebatido por Túlio no incentivo para o empreender e buscar soluções. Essa foi a marca do encontro em Vespasiano, o estímulo para que a cidade tenha consciência de suas possilidades de atuação.

Patos de Minas

A caravana saiu no dia seguinte para o leste de Minas e contou com Lucas Mortimer, Túlio Mourão, Talles Lopes e Roberta Henriques. A equipe se encontrou com Ciro Nunes do coletivo Peleja, ponto de articulação do Circuito Fora do Eixo na cidade, responsável pela organização do painel.
O encontro se deu no Teatro Municipal Leão de Formosa e contou com a presença de Mara Porto, diretora de cultura do município. No mesmo espaço o Museu da Cidade de Patos de Minas estava sendo inaugurado com a presença do governador Anastasia e da secretária de estado de cultura Eliane Parreiras. Simultaneamente, acontece a FENAMILHO, uma grande festa agropecuária que movimenta a cidade, visto os ônibus de artistas sertanejos pela cidade e a dificuldade em encontrar vagas em hotéis. No dia anterior, o coletivo Peleja teve um palco para a música independente na FENAMILHO, onde se apresentaram bandas independentes.

Inicialmente, o documentário Música Presente foi apresentado para logo após Túlio Mourão expor o histórico do programa. Lucas Mortimer mostrou as ações do Programa. Talles Lopes falou mais sobre a parceria do Música Minas com o Circuito Mineiro de Festivais no Programa de Circulação e sobre as possibilidades de circulação dos artistas através de todos os editais.

Algumas sugestões interessantes para o Fórum da Música de Minas foram colocadas pelo público, inclusive a de realização de um mapeamento da cadeia produtiva da música em cada uma das cidades de forma aprofundada. Seria uma ótima empreitada para a expansão da Ação de Interiorização em 2012.

Uberlândia

Em Uberlândia, a comitiva foi recebida por integrantes do coletivo Goma que organizou o painel na cidade. Após uma tarde de trabalho e conversas na sede do coletivo, seguimos para o Auditório Cícero Diniz no Centro Administrativo da Prefeitura de Uberlândia. No Centro Administrativo, nos encontramos com Cida Perfeito e Maria José, assessoras da secretária de cultura da cidade.
No auditório, a apresentação procedeu-se com a mesma sistematização conduzida nas outras cidades. Uberlândia é uma das poucas cidades do interior que já acessaram a algumas ações do Programa Música Minas por conta da força da cena da cidade e isso foi reforçado na fala de Talles Lopes sobre a importância da informação e da sua circulação.

Uma questão interessante colocada pelos presentes foi a impossibilidade de contemplação de grupos maiores no edital de intercâmbio, como orquestras e grandes grupos de música popular, devido a restrição de valor da proposta.

Uberaba

Quarta parada da comitiva: Uberaba. Chegamos para uma entrevista no MGTV da Rede Integração, afiliada da Rede Globo, onde Lucas Mortimer participou ao vivo do noticiário. Após a entrevista, seguimos para a sede do coletivo Megalozebu, ponto de articulação do Circuito Fora do Eixo, o painel foi articulado pela Letícia Rezende, coordenadora de planejamento do coletivo que marcou um encontro com o presidente da Fundação Cultural de Uberaba. Neste encontro, o Programa Música Minas foi apresentado ao presidente, além do Circuito Mineiro de Festivais Independentes cujo calendário inclui o Encontro Novas Tendências que será realizado na cidade pelo quinto ano pelo Megalozebu.
No Teatro Experimental de Uberaba, o painel foi movimentado e os músicos presentes tinham várias dúvidas sobre os editais. Uma das propostas foi a realização de ações para gerar visibilidade dos artistas do interior em Belo Horizonte. O debate foi muito interessante e os presentes mostraram como já tentaram se reunir para se associar, tentativa que não deu certo até o momento, mas que com a passagem do Música Minas retomou ânimo de prosseguir.

Divinópolis

Em Divinópolis, terra de Túlio Mourão, fomos recebidos inicialmente por Marcelo Montenegro da Secretaria Municipal de Cultura, com quem conversamos e apresentamos o Programa Música Minas. Da secretaria, seguimos para o CCM – Centro de Cultura Musical – onde o painel foi realizado.
O dia frio espantou os participantes e o encontro contou com poucos pessoas. Após a apresentação do documentário Música Presente, do histórico do Fórum, das ações do Programa Música Minas, Talles Lopes enfatizou o papel do interior na produção musical do estado e das dificuldades vividas pelos músicos mineiros. Dificuldades que podem ser combatidas pela articulação da sociedade civil organizada com o poder público e com a proatividade dos músicos.

Os participantes se apresentaram e colocaram suas opiniões sobre o Programa. Divinópolis, como Uberlândia, é das poucas cidades do interior que já tiveram artistas acessando às ações do Programa e apresenta um cenário rico com muitos músicos, mas que circulam pouco. Um dos artistas presentes já havia utilizado o Edital de Intercâmbio.

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