segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Titane em João Pessoa 17/12

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Sérgio Pererê em São Paulo no próximo sábado 27/11

sábado, 20 de novembro de 2010

EDITAL DE INTERCÂMBIO – ANTECIPAÇÃO DA DATA FINAL DE INSCRIÇÃO

COMUNICADO PROGRAMA MÚSICA MINAS

EDITAL DE INTERCÂMBIO – ANTECIPAÇÃO DA DATA FINAL DE INSCRIÇÃO

Comunicamos a classe musical que o Edital de Intercâmbio do Programa Música Minas terá a data final de inscrição antecipada devido ao Decreto de no. 45.493 de 12/11/2010. O referido Decreto foi publicado no dia 13/11/2010 e dispõe sobre o encerramento do exercício financeiro do referido ano para os órgãos e entidades da Administração Pública estadual. Como neste ano, em caráter de exceção, a Fundação Clóvis Salgado é a executora do Programa Música Minas, essa medida legal impacta diretamente todas as ações relacionadas ao Programa.

O Edital de Intercâmbio tem como objetivo a promoção e difusão da Música produzida em Minas no Brasil e no exterior. Para alcançar tal objetivo passagens aéreas são concedidas para participação em eventos prioritariamente culturais, promovidos por instituições brasileiras ou estrangeiras, de reconhecido mérito, com a finalidade de: apresentação de trabalho próprio e representativo da cena musical; promoção da música de Minas; residência artística; participação em cursos de capacitação.

O Edital é destinado a artistas, técnicos ou quaisquer profissionais da cadeia produtiva da música produzida no estado.

Propostas para viagens nacionais e internacionais podem ser apresentadas desde que estejam previstas para acontecer no período entre o dia 06/12/2010 a 19/12/2010. O prazo final para inscrição das propostas é dia 25/11/2010. Maiores informações estão no Edital de Intercâmbio disponível no seguinte sítio eletrônico: http://musicaminas.blogspot.com/.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Brasil Central Music - Diário de Bordo #2 - UnConvention


Por Luciano Viana

A quinta-feira foi marcada pela maratona musical da UnConvention, que aconteceu no Centro Cultural Martim Cererê, das 9h às 2h. (17 horas de programação).

Contextualizando a programação, a UnConvention é uma ação surgida na Inglaterra, onde produtores culturais e músicos independentes de Manchester se viram necessitados a fazer com que seus trabalhos artísticos ganhassem níveis de expressão dentro do cenário local, e para isso partiram para o modus do “Do it Togheter”, somando uma força coletiva entre todos esses integrantes, ganhando voz e força.

Dentro desse contexto, surgiu a ação da UnConvention Factory, que visa fomentar os músicos e produtores locais através de teoria e prática.
Crédito: Claudio Cologni
A parte prática consiste no projeto de produção e gravação de um álbum-colêtanea de bandas em 24h perante ao público, desmistificando muitas das barreiras impostas nesse processo. E a parte teórica fica por conta de toda a discussão que ronda o ambiente durante esse tempo.

A UnConvention chega em Goiânia na sua décima terceira edição, e a ideia é que ela se torne cada vez mais itinerante, levando discussões interessantes a respeito da cadeia produtiva da música em várias partes do mundo, tentando estabelecer um elo de união entre esses pontos por onde passar.

A programação em Goiânia foi montada em quadros que se dividiam entre meia hora de debate seguida por meia hora de gravação de cada banda, de 9 às 21h. Nas palestras, vários pontos interessantes de pauta, como estratégia de comunicação para bandas e músicos, empreendedorismo na carreira artística e tecnologias de produção. Todos debates contavam na mesa com representantes brasileiros significativos da pauta abordada e ingleses representantes da UnConvention. Tudo de forma bem organizada, com estrutura adequada, tradução simultânea e horários seguidos à risca, o que criou um dinamismo propício para um campo de interação entre plateia e participantes de ambas localidades, numa sensação de troca de experiências muito positiva.

Nos intervalos de debates, vinham as gravações das faixas das bandas goianas que representavam a cena local, sendo a maioria voltada para a vertente rockeira, que talvez seja o nicho em que o “Do it Togheter” levantado pela proposta do projeto tenha chegado com mais força.

O resultado de toda essa maratona foi lançado no mesmo dia e já pode ser conferido no blog da UnConvention Goiânia. Confiram mais fotos no Flickr do UnConvention Goiânia.
Banda Mugo - Crédito: Claudio Cologni
Após às 21h se iniciaram os shows das bandas participantes do projeto, com casa cheia no Martim Cererê, num público acima de 2 mil pessoas para ver as pratas da casa. Destaques para o Mc Dyscreto, o metal visceral do Mugo, a performance sempre incendiária dos Johnny Suxxx and The Fucking Boys e os veteranos do Violins, mostrando músicas inéditas que estarão no seu sexto álbum.

Durante os shows, as trocas de experiências e contatos continuaram, e ainda se estenderão por todo Festival Goiânia Noise, que começa oficialmente hoje.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Brasil Central Music - Unconvention e o "Do it Together"


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 04: Unconvention e o "Do It Togheter"
Participantes: Andrew Dubber (Birmingham School of Media at Birmingham City University, Music Think Tank/UK), Ruth Daniel (Fat Northern Records/UnConverntion/UK) e Pena Schmidt (Auditório Ibirapuera)

A quarta e última mesa do dia foi levada em um clima mais descontraído e de troca de experiências. Os ingleses apresentaram o processo da UnConvention, e todo o trabalho de circular, fomentar a produção e valorizar a música produzida de forma independente pelo mundo, sem necessariamente estar presa em um contexto mercadológico mais incisivo. Para isso, colocam como ponto de partida a união em grupo, para que a voz de todos somada ganhe mais força no momento de dialogar com alguma esfera e requisitar pontos importantes para a sua sobrevivência.

A plateia interage com a mesa, adicionando ao contexto o papel da política nessa costura, mostrando como ela é essencial e o quanto pode somar nesse processo. Alguns exemplos de movimentos que vem acontecendo no Brasil são citados e detalhados por vários presentes para situar os ingleses do momento atual que vivemos, e o modelo do Circuito Fora do Eixo é de cara o apontado por todos, e se mostra de fato o mais próximo da forma de trabalho dos visitantes no campo musical.

O papo caminha para o final com ambos os lados empolgados em saber que esses pontos antes nunca conectados já possuem semelhanças que podem e merecem ser trabalhadas, numa ótima perspectiva de câmbio de tecnologias daqui em diante com diversas organizações que tenham como base o trabalho coletivo.

Brasil Central Music - Festivais Independentes no Interior


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 03: Festivais Independentes no Interior
Participantes: Ricardo Rodrigues (Festival Contato – São Carlos/SP), Tião Donato (Goiaba Rock – Inhumas/GO) e Talles Lopes (Jambolada – Uberlândia/MG)

Ricardo inicia a mesa falando sobre a origem do Contato, um festival apoiado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). A universidade tinha poucas ações culturais na cidade, e a partir de uma mudança política, se viram estimulados e investiram ações de comunicação, como a Rádio e o Cine UFSCAR. Os dois projetos passaram a fomentar a cena local, e o festival surgiu naturalmente como uma necessidade de catalisar todo esse movimento da cena local.

Ainda evidencia que dentro do festival surgem ações que passam a fomentar a cidade durante o ano inteiro, e não somente no período do festival, como foi o caso do Massa Coletiva, coletivo de produção cultural atuante da cidade que surgiu em grande parte por mérito do Contato, e que hoje também se dedica ao fomento de outros coletivos pelo interior do estado através da rede Fora do Eixo;

Tião Donato ao falar do Goiaba Rock, se diz já contemplado em muitas das falas do Ricardo sobre a estruturação do festival, o que o leva a concluir que as realidades dos festivais do interior são muito semelhantes, independente de que região do país se encontre.

Hoje o Goiaba Rock tornou-se um Ponto de Cultura do Governo Federal, o que os possibilitou investir na estrutura do festival e no crescimento da transversalidade com outras artes.

Talles Lopes faz uma contextualização histórica dos festivais, desde os anos 60, dos antigos formatos de festivais de competição de compositores, festivais esses que revelaram ao Brasil grandes nomes da música popular que são ícones até os tempos atuais. Mas os eventos nesses moldes se extinguem após metade da década de 80, e o nome festival só volta a ganhar força novamente no final da década de 90, mas agora com um outro formato, de ser um apresentador de uma safra de músicos e bandas que estavam de fora do que era apresentado nas mídias de massa, que tinham um compromisso local e tentava ocupar de certa forma o lugar das gravadoras e das rádios, que vinham entrando em crise.

Em 2005, durante o festival Goiânia Noise, surge então a Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes), entidade que foi ganhando musculatura e hoje ocupa importante posição nos âmbitos de discussão de políticas públicas culturais.

Talles ainda aborda as vantagens e desvantagens de se fazer um festival em cidades do interior. Uma das desvantagens claras é o provincianismo, que leva o preconceito aos termos do rock ou da música independente, dificultando o encontro de parceiros que apostem investir no festival. Mas em compensação, existem a vantagens, como a carência de eventos culturais locais que podem dar grande possibilidade da ação se tornar protagonista na cidade, além das redes pessoais em cidades do interior serem menores e mais curtas, o que permite que um produtor possa chegar com mais facilidade à um diálogo com o poder público. Importante ponto levantado para Minas, que é um dos estados com o maior número de festivais independentes que se encontram em pleno momento de expansão.

Brasil Central Music - Partido da Cultura - PCult


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 02: Partido da Cultura - PCult
Participantes: Fabio Pedroza (Móveis Coloniais de Acaju e CEBAC), Pablo Kossa (Fósforo Cultural) e Talles Lopes (Abrafin e Circuito Fora do Eixo)

Os dois primeiros convidados da mesa fizeram observações sobre a atuação política da classe cultural local, trazendo o contexto do Distrito Federal e de Goiânia respectivamente.

No Distrito Federal, a classe se uniu e escreveu em conjunto uma carta de princípios para ser apresentada aos candidatos da última eleição, sendo endossada por 3 representantes deles. Consideraram a mobilização eficaz, e agora se unem para procurar as formas de cobrar a colocação em prática das atividades descritas, o que seria uma grande revolução na cultura local, já que a situação atual por lá é de grande descaso na área.

Já Goiânia vem apresentar talvez uma das mais eficientes mobilizações da sociedade civil em torno do Pcult nessas eleições. De acordo com Kossa, eles já haviam conquistado muita coisa, principalmente no meio do rock independente da cidade, mas viram toda essa construção se ruir aos poucos, levando a um retrocesso da política cultural praticada. Um dos ícones desse momento delicado foi a desativação do Centro Cultural Oscar Niemeyer, espaço que vinha sendo ocupado estrategicamente por representantes ativos da produção cultural da cidade. Diante dessa situação, a classe cultural se mobilizou e fez barulho através do movimento “Rock pelo Niemeyer”, onde diversos artistas e agentes da cultura local, principalmente ligados ao rock independente, foram às ruas, com direito a trio elétrico, numa movimentação até o espaço desativado pelo poder público, o que gerou grande repercussão não só no âmbito local, mas também nacionalmente.

Logo em seguida esses movimentos ganharam voz ativa dentro dos planos de governo dos candidatos da eleição, e passaram a pautar diretrizes do setor cultural, que a partir de agora serão acompanhadas de perto por essa mobilização.

Já Talles Lopes veio trazer uma visão mais global do Partido da Cultura. Ele começa colocando a origem do PCult, que surge como um movimento apartidário que visa trazer a cultura para dentro da pauta política, e mostrar que ela é uma plataforma econômica que transversa com várias outras áreas da estrutura social da sociedade.

Talles ainda faz análise que a ocupação dentro do debate eleitoral do executivo não foi de grande êxito nesse primeiro momento, mas que houveram interessantes diálogos com parlamentares em diversos estados.

Finalizando, é colocado os próximos desafios do Pcult agora nesse período pós-eleição:
- construir um programa mais concreto com os princípios levantados durante o período anterior para ser levado aos novos nomes que assumirão papéis na nova configuração política de cada localidade;
- articular um campo de interlocução parlamentar cada vez mais forte em cada estado, erguendo uma frente da cultura que assumirá o papel de cobrança, de pressão;
- estruturar um núcleo de pesquisa para fornecer dados para defender os princípios levantados e apresentados à esses representantes culturais, possibilitando uma defesa mais concreta dos argumentos posicionados.

Brasil Central Music - Gestão de Espaço Público


Brasil Central Music - Goiânia/GO - 17/11/2010
Mesa 01: Gestão de Espaço Público
Participantes: Carlos Brandão (gestor do espaço Goiânia Ouro e antigo gestor do Martim Cererê), Pena Schmidt (Auditório Ibirapuera) e Jean Gomes (presidente do Conservatório de Lisboa)

Carlos Brandão iniciou sua fala contextualizando a época em que assumiu a gestão do Martim Cererê em 1999, um local que era esquecido pelo poder público, com problemas estruturais graves, e acabou conseguindo exercer sua plena utilização, montando um calendário vasto e qualificado, chegando ao expressivo número de 450 eventos por ano. Para atingir essa marca e fazer uma boa gestão de um espaço público, ele defendeu 3 pilares importantíssimos no processo: procurar e estabelecer relações com parceiros que acreditem na proposta; trabalhar com mão de obra qualificada; e “casar” com o espaço, expressão utilizada por ele para ilustrar a relação orgânica que deve ser estabelecida.


Em seguida, Pena Schmidt abriu sua experiência do Auditório Ibirapuera, um espaço doado pela iniciativa privada, que deteve sua direção por 5 anos, o entregando depois de presente ao poder público, que hoje o mantem através do Ministério da Cultura.

Outro ponto levantado foi o modo de gestão do espaço, que é diferenciado da maioria das casas de show desse porte no Brasil, já que eles não são abertos a grandes espetáculos comerciais, prezam pela programação de artistas diferenciados, tendo a qualidade como fator norteante.

Jean Gomes é o terceiro nome da mesa e conta sobre sua experiência, que é de um economista que começou a administrar um espaço cultural, dando uma visão pouco mais mercadológica. Citou a importância do investimento privado (o espaço que ele trabalha é totalmente financiado dessa forma).

Instigados pela plateia, ambos participantes da mesa se posicionam sobre a importância das leis de incentivo e o benefício fiscal, para que possam realizar extensões do trabalho que a casa oferece ao público e chegar em programações diferenciadas.

Brasil Central Music - Diário de Bordo #1


A Brasil Central Music já é uma feira tradicional no estado de Goiás e esse ano foi a grande catalisadora de várias ações de produtores e agentes de Goiânia e do interior do estado. A programação começou no sábado, dia 13/11, com o festival Release Alternativo, promovido pela Fósforo Cultural. 

O Fórum da Música de Minas enviou os representantes Lucas Mortimer e Luciano Viana para acompanhar a feira a partir de 17/11, dia das principais palestras da BCM, e para divulgar as ações do Programa Música Minas e a música de Minas. 

A programação do dia 17/11 foi intensa, com 4 mesas de debates sobre temas importantes que acompanham o atual momento do mercado musical. Os posts que seguem contam com um breve relato de Luciano Viana sobre cada uma delas, com os pontos mais importantes levantados pelos componentes das mesas e pela plateia.

A Brasil Central Music segue até o domingo, contando ainda com a intervenção da Unconvention, que leva pela primeira vez pra fora da Inglaterra, direto para Goiânia Rock City, o projeto Unconvention Factory. Acompanhe o blog para mais informações.